domingo, 17 de janeiro de 2010

O Casal - local de fundição

O Casal fica num planalto, onde provavelmente existiu um povoado. Dizem os homens mais velhos do lugar, que seus pais e avós diziam que o Casal tinha sido habitado por um povo metalúrgico. Existem ainda algumas estruturas murais em pedra, e um poço bastante sólido com as pedras muito bem cortadas e aparelhadas.


Facilmente se encontram fragmentos cerâmicos de diversos tamanhos e formas. Pessoalmente encontrei fosaiolas, pesos de tear, escória de ferro e um bocadinho de placa de xisto com um traço ilegível.
Sei que nos anos cinquenta, andava um grupo de homens a abrir buracos a metro e meio de fundo (mantear), onde encontraram umas cistas. O espólio nelas encontrado tratava-se dumas peças em bronze e um pote cerâmico.


A peça cerâmica foi imediatamente partida, por darem a hipótese de ter ouro misturado com a terra que se encontrava dentro. Cheguei a falar com o dono do terreno, que me disse que algumas das peças levaram para Aljubarrota, e as restantes tinha-as na adega no Carvalhal. Pedi aos seus netos para me mostrarem, atendendo que o Sr. em questão estava invisual devido à sua avançada idade, e foi-me dito que as peças tinham desaparecido.
No livro Grutas de Alcobaça o Sr. Manuel V. Natividade acerca do Casal diz o seguinte.
Num planalto que fica a poente do Grande Vale do Carvalhal, e numa propriedade do meu dedicado colaborador José Ferreiro, aparecem frequentemente produtos de industria romana, e, numas escavações que ele à pouco fez, pôs a descoberto muito alicerces antigos.



Procedendo a demoradas pesquisas coligiu e ofereceu-me os seguintes objectos: - uma fíbula de cobre, outra de bronze, uma ponta de flecha de cobre, um instrumento igual à recartilha e uma travinca em bronze. Uma pequena placa de micaxisto com buraco para suspensão.


Diversos objectos de ferro pertencentes a várias alfaias agrícolas, uma chave diversas peças de cerâmica e um curioso vaso. O mais precioso objecto achado por este meu benemérito colaborador foi uma estatueta delicadíssima da Vitória, a tentadora deusa da mitologia romana.



Do lado direito da fotografia ve-se o Carreiro do Verdelho que tem uma extensão de mais ou menos cem metros. Este carreiro era utilizado por este povo metalurgico para vir buscar água à fonte.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Pontes


Os dois ribeiros que banham estes vales, um vem do Mogo pelo Vale de Ovelhas, o outro vem de Aljubarrota passa pelo Vale das Cortinhas e Vale dos Azeiteiros. Vindo-se a unirem no Vale Escuro.
Esta fotografia foi tirada no local de encontro dos dois ribeiros, em 25 Novembro de 2006.



Ponte Velha da Lapa foi destruída  não se sabendo quando.
Algumas das pedras mais tarde foram utilizadas pelas mulheres para a lavarem a roupa. Notando-se o polimento típico da sua utilização.
Os destroços desta ponte encontram-se no Vale da Lapa, a nascente e sul do campo de futebol.
Ponte da Lapa situa-se no Vale da Lapa e perto do Frangulhão. A sua construção foi de grande importância, devido ao trânsito que se fazia de Aljubarrota para as Ataíjas, ou outros rumos como Santarém, Porto de Mós etc. É de formato plano e assenta em dois pilares em pedra no sentido transversal, com um metro de espessura.
O seu comprimento é de quatro metros, e aproximadamente três de largura. Ainda é hoje utilizada para a passagem das viaturas.


Coordenadas GPS N39 32.854 W8 55.613
Ponte do Vale Abaixo tem menor importância em relação à do Vale Veados, por ter menos interesse público, é também mais pequena e menos larga. Esta ponte só servia o interesse dos proprietários que do outro lado do ribeiro tinham os seus terrenos.
As pessoas que se deslocassem pelo Vale Acima não necessitavam de a utilizar, porque o leito do ribeiro é paralelo ao caminho.
Ponte Atrás do Lagar situa-se junto à antiga fábrica de farinha em Chaqueda.
Tem nove metros de comprimento, por pouco mais de dois de largura. É composta por sete grupos de duas lajes paralelas colocadas longitudinalmente, estando assente em seis pilares de sustentação. Como permitia a passagem de carros de tracção animal, teve a importância vital para as pessoas que a utilizavam principalmente os habitantes vindos do Carrascal, Lagoa do Cão, Moleanos, etc.


Coordenadas GPS N39 32.233 W8 56.845
Ponte do Moinho Azeite fica a uns metros mais abaixo da Ponte Atrás do Lagar, servia de passagem para um antigo moinho de azeite. É composta por cinco lajes estreitas, e assentes em quatro pilares de sustentação.

Coordenadas GPS N39 32.254 W8 56.860
Ponte do Relveiro situa-se em frente à Capela da Nossa Senhora do Carmo em Chaqueda. É composta por cinco lajes, com mais de dois metros de comprimento cada, e pouco mais de meio metro de largura. E está assente, sobre seis pilares. Esta ponte servia principalmente as pessoas que se deslocavam da Fonte Santa e Carrascal, para assistirem à missa aqui ou em Aljubarrota. Vinham pelo Caminho da Missa, dando entrada em Chaqueda junto à casa do Sr. Pina e Moura, e saindo daqui na Asnaga junto à casa do Sr. António Gerardo “Cuco” em direcção Longras, Lameira, Casal Frois, Aljubarrota.



Coordenadas GPS N39 32.301 W8 56.949

domingo, 13 de dezembro de 2009

Vales e seus planaltos de jusante para montante


Lado Esquerdo                                   Lado Direito




Vale do Poçoão
Encosta do Curral Velho (A)        Cabeço da Pena Bicuda (B)
Encosta do Poção (C)                  Cabeça Bicuda (D)
                                                  Encosta da Fontica (E)
A- Gruta do Curral Velho, fica a meia encosta, é de pequenas dimensões, também aqui os pastores se resguardavam nos dias de chuva com algumas cabeças de gado.
B- Gruta dos Olhos Frois – fica situada na base deste cabeço, a uns duzentos metros antes do Poçoão, parece ser de pequenas dimensões, depois da entrada tem uma sala à esquerda e outra à direita.
C- Poçoão fica na base da encosta, e no fundo do buraco existe sempre uma poça com água. O nome deve-se que nos Invernos mais rigorosos, o rebentamento provocado na saída da água  fazendo o barulho ão. e normalmente só deixa de correr quando acaba o Inverno. O Buraco do Poção Velho, localiza-se  a uns cinquenta metros acima, e no inicio da encosta. Uma abertura muito pequena.
D- Buraco do Guarda Faia – Fica na base deste Cabeço.
E- Nesta encosta nascia água até a altura do São João. Os pastores vinham aqui beber água.



Vale Picoto
Encosta do Poçoão                       Cabeço do Picoto
Cova da Feteira                            Cova da Feteira



Vale Túlio





Vale Abaixo
Pena dos Cassurros  (A)              Cabeço Redondo (B)
Pena D. Sancho (C)                     Ladeira da Cheia
Pena do Nariz (D)                       Cabeço das Corsas
Pena das Galinhas (E)                  Cabeço do Rastinho (F)
Covica                                        Cabeço da Costa (G)
Calatras (H)                                Casinha dos Frades (I)

A- Fica em frente à pedreira
B- Foi destruído pela pedreira. Era local de encontro dos pastores, e onde por vezes as suas mulheres lhes levavam o alimento.
C- A meia encosta desta pena fica o Algar da Moura
D- Tem um bico comprido (saliência na rocha). Em frente a esta pena e do lado oposto, entre o Cabeço Redondo e a Mata da Feteira existe no vale um forno muito antigo, que está parcialmente destruído pelas pedras caídas da pedreira
E- Tem três buracos a que lhe chamam casas, porque em dias de chuva, os pastores aqui se resguardavam mais os animais. A primeira chama-se a Casa das Ovelhas sendo esta a maior, segunda Casa das Raposas, e a terceira Casa do Trevo. Pena das Fontinhas – local onde os pastores bebiam água no Verão, Penetravam nos buracos da rocha uma cana.
F- Tem o feitio de meia-lua e por cima o rasto de vaca. Ao lado deste cabeço fica o Peão do Cântaro.
G- Junto a um poste de alta tensão existe um algar. O Algar da Costa.
H- Também conhecido pelo buraco atrás das sojas.
I- Fica em frente às Calatras, são as penas junto à linha de água.




Vale da Lapa
                                                                   Frangulhão


Frangulhão
Cerro da Ervideira                             Cabeço da Costa
Ervideira
Milharada                                                    Milharada



Vale Acima
Encosta da Fonte da Lapa                    Fonte da Velha
Penedo da Velha (A)
A- Na pedra redonda que fica na parte mais alta, existe a figura dum gato preto. É visível no cruzamento do Vale Escuro.



Vale Escuro
No seguimento deste vale do lado direito Vale de Ovelhas. Para o lado esquerdo Vale dos Azeiteiros.



Vale de Ovelhas
Cabeço dos Mosqueiros                       Cabeço da Ervideira
Cabeço Orelha da Cobra
Cabeço da Cobra (A)
A- É de menor altitude e fica paralelo ao Cabeço dos Mosqueiros a poente deste



Vale dos Azeiteiros
Cabeço da Ministra                        Cabeço dos Mosqueiros
Carrapecheiro (A)
Porto Espinheira (B)
A- Ponto mais alto nos Azeiteiros
B- Forno da Ministra por baixo fica a gruta do Cabeço da Ministra.



Vale das Cortinhas
Dá continuidade ao Vale dos Azeiteiros sentido Aljubarrota (pousada).


Vale dos Veados
Dá continuidade ao Vale de Ovelhas e acaba junto à ponte.
A partir daqui pode tomar várias direcções.


Ponte de Vale Veados deve o seu nome à sua localização.
É uma laje com pouco mais de dois metros de comprimento, com uma largura aproximadamente de um metro, e uma espessura de trinta centímetros, não sendo possível passar qualquer tipo de carro de tracção animal.
A partir desta ponte pode tomar duas direcções. Se virar à esquerda vai para o Cadoiço ou Mogo, se virar à direita vai para as Ataíjas.
Coordenadas GPS: N39 32.970 W8 55.087

Manuel Vieira Natividade


Casa onde nasceu o Sr. Manuel Vieira Natividade que fica no Casal do Rei.

Manuel Vieira Natividade escreveu no livro Grutas de Alcobaça, no Carvalhal de Aljubarrota assentou uma riquíssima povoação neolítica.
É tão grande que numa faixa de terreno de curtíssima extensão foram exploradas vinte grutas, além de outras que estão por explorar, e com certeza, muitas estão por descobrir.
Acerca do Sr. Raimundo Ferreiro homem natural do Carvalhal escreveu o seguinte, sendo este o mais decidido e entusiasta companheiro de trabalho, e com certeza um dos mais dedicados directores dos trabalhos de exploração e reconhecimento. A ele e a meu pai devo, incontestavelmente a descoberta da maior parte das grutas.

As grutas que classificou de maior importância, e o seu espólio.
Pena da Velha, Cadoiço, Cabeço da Ministra, Calatras, Ervideira, Rastinho, Casa da Génia e Mosqueiros.
Grutas funerárias – Pena da Velha e Cadoiço.
Grutas oficina – Cabeço da Ministra e Calatras.
Gruta da Ervideira – colónia de pescadores e agricultores.
Metal – Cabeço da Ministra, Pena da Velha e Rastinho.
Ferro – Casa da Génia.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Ervideira Centro

No Cabeço da Ervideira – explorou cinco grutas. Uma na vertente norte, três ao centro, e a última na vertente sul.


Pontas de flecha em sílex 2
Laminas em sílex 4
Laminas partidas em sílex 13
Buril em sílex 1




Machados de pedra polida em xisto 9
Machados de pedra polida em xisto partidos 3
Polidores em osso 6
Furadores em osso 19
Punhal em osso 1


Dente de canis perfurado 1
Dente de javardo 2
Ponta de veado perfurado 1
Dentes diversos 16




Polidor em grés 1
Placas para cozedura do pão 7
Martelo com caneluras em ofipe 1



Coordenadas GPS;

Ervideira Poente

Não deixou nenhum registo escrito
















Coordenadas GPS: N39 32.924 W8 55.388

Mosqueiros Nascente

Não deixou qualquer registo.









Coordenadas de GPS: N39 32.960 W8 55.393